Sunday, November 09, 2008

Narradores, literatura, cinema

Qualquer semelhança...

"Então o Viajante do Tempo começou a contar sua história, tal como buscarei reproduzir. De início ele afundou em sua poltrona e pôs-se a falar como um homem fatigado. Depois, foi-se animando.

Ao escrever isto, sinto agudamente como a pena e a tinta são insuficientes para exprimir a essência, e dou-me conta, mais ainda, de minhas próprias limitações. Creio que você, leitor, lê com bastante atenção. Mas não pode ver o rosto pálido, cheio de sinceridade, do Viajante do Tempo, iluminado pela pequena lâmpada. Nem ouvir as inflexões de sua voz. Você não pode imaginar como a expressão de seu rosto acompanhava as peripécias da narrativa! Quase todos dentre nós que o escutávamos estávamos na penumbra, pois as velas na sala de fumar não tinham sido acesas; só o rosto do Jornalista e as pernas do Homem Silencioso, dos joelhos para baixo, estavam no círculo de luz. A princípiio trocávamos olhares uns com os outros. Mas não tardou que deixássemos de fazê-lo e, totalmente absrovidos, só fitássemos o rosto do Viajante do Tempo."
H.G. Wells, A Máquina do Tempo

Viu?